domingo, 20 de abril de 2014

TESTAMENTO 2014




O lugar onde o coração se esconde...?
deve ser hoje bem escolhido e cuidado!
Que neste país sem destino nem conde
não há quem nos safe dum futuro encarcerado.

O Portugal futuro é um país...
será mesmo?!? Já tive mais certezas...
sem trabalho, sem jovens, sem cariz
seremos mais uma província sem proezas.

Poeta, as palavras são tuas!
E o país, a cidade ... tua e a nossa!
Livra-nos do Passos, destas luas,
Que a coisa está a ficar curta e grossa!

Do fundo deste meu bolso,
não vejo eu um simples tostão,
e muito agradeço ao senhor Portas
por tão assombrosa e irrevogável decisão.

Aos emigrantes portugueses,
peço então que venham devagar
estamos cá todos em pecado
e o jejum tão cedo não vai acabar.

Deixo-lhes assim uns belos patins...
em linha, sem muito complicar,
para o caminho das américas
que a tempestade, por cá, vai durar!

Ao senhor de Belém,
deixo-lhe uma doce cavaca,
lambuze-se todo ó doutor
e deixe de ser mão-de-vaca.

À direita deixo a esquerda,
à esquerda deixo a direita,
ao centro deixo uma Bimby
pra misturar a receita.

Aos senhores das máfias,
deixo-lhes um visto dourado,
pra usar neste país que alterna
entre o roto.... e o esfomeado.

Aos cientistas deixo um país
à espera de se reinventar,
sem bolsas e com camelos
que só gostam de mamar.

Aos que ficam a ver navios,
deixo um mólhinho de promessas,
é bom para a encher a pança
mas não s’entalem com as pressas!

Helena, Marylin e mulheres do mundo
E suas desigualdades, brutalidades e violações,
A vossa rua não é alegre, não tem fundo...
Há que continuar a lutar contra as ilusões!

Associações, Círculos e Presidências,
Gentes da terra, do mar e da cidade,
Não se distraiam! Cansam-me as paciências...
Todos trabalhamos prá mesma comunidade!

Ao nosso querido Mosteiro,
Que se mantenha firme no monte,
Quando não nos sobrar mais nada
Vai ser a nossa única fonte!

Ao nosso Futebol Clube Rio Ave
Valeu a espera de 30 anos!
Com tão grande dignidade
Nos pôs entre os soberanos!

E não vou dizer mais nada!
Não me apetece, minha amada
... ri-goro-samen-te nada!!
Tenho a vida abandonada. 

Pensar em fugir... mas fugir para onde?
Fiquemos... e lutemos de fronte!
Neste lugar onde o coração se esconde
Que fica no norte e é Vila do Conde.




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