sábado, 8 de fevereiro de 2014

tema: a poesia e a cidade

























[Ruy Belo] é um daqueles poetas em que é mais evidente a completa coincidência entre o exercício da poesia e os gestos do quotidiano, reveladores de que a sua atenção ao mundo de cada dia está sempre dirigida para um objetivo central e maior: a criação de uma obra que saiba ler a realidade para lá das suas aparências, mesmo que sejam estas a substância primária da poesia.   
Gastão Cruz

[Os poemas de Ruy Belo] são quase sempre longos, derramados, deambulatórios, num verso livre que se reabsorve em subtis processos aliterativos e em jogos fónicos calculadamente disseminados. E a sua poesia vive de um discurso que se infinitiza na coloquialidade de uma enunciação oscilando entre a confidência, a longa carta para um incessante adeus, o passeio fraternal, a invocação sagrada, o desespero que se perde na profusão alucinada de palavras, o extenso murmúrio da insónia. 
Eduardo Prado Coelho

[fotografia: arquivo Teresa Belo]

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